sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

BOLINHOS DE CHUVA

BOLINHOS DE CHUVA ou SONHOS SIMPLES

Uma receita que se faz só com uma mão!!! 

Estar com uma mão ao peito por altura das épocas festivas do Natal não dá muito jeito!!! Ainda para mais nos outros anos não me apetecia tanto comer doces típicos da quadra como este ano que não os posso fazer! 

Não sendo eu mulher de ficar de braços cruzados e tendo ainda uma mão válida ... toca a pôr mão à obra e não é que saíram bem?!!!

Estes fritos são consumidos em Portugal e no Brasil. Os Bolinhos de Chuva foram mais dados à fama pelas mãos da Tia Nastácia que os fazia para o Pedrinho, Narizinho e para a boneca de pano Emília no programa Sítio do Pica Pau Amarelo. Creio que em Portugal se trate de mais um tipo de Sonhos.

Os ingredientes principais são a farinha, os ovos, o fermento ou bicarbonato de sódio e o leite; óleo para fritar; açúcar e canela para polvilhar. Depois é acrescentar a criatividade! Segundo algumas receitas que encontrei na net aqui ficam algumas sugestões mas que ainda não experimentei: substituindo a canela por chocolate; recheando com chocolate, leite condensado ou creme de ovos ou juntando fruta ou frutos secos à massa. É uma massa que fica muito semelhante aos donuts e à Bola de Berlim.

Nesta receita surgiu-me que quando se fale de ovos em doçaria deveria ser mencionado o peso destes pois hoje em dia há-os de todos os tamanhos e na maior parte das receitas faz toda a diferença, principalmente quando a receita depende da consistência da massa e nunca se tenha feito como foi o caso. Os meus ovos eram caseiros mas pequenos daí usei 2.

Ingredientes

2 ovos pequenos ou 1 grande 
1/2 xícara (chávena) de chá de leite
3 colheres de sopa de açúcar
1 xícara (chávena) da farinha de trigo (usei já com fermento)
1/2 xícara (chávena) da farinha Maizena amido de milho (ou substituir por farinha de trigo)
1 colher de chá de fermento ou bicarbonato de sódio
açúcar e canela q.b. para polvilhar

Modo de preparação

Em todo o processo apenas usei um batedor de varas manual.
Num recipiente misturar as farinhas, o fermento ou bicarbonato e o açúcar. 
Noutro recipiente bater ligeiramente os ovos e juntar o leite.
Misturar o preparado líquido à mistura seca envolvendo.
A massa deve ficar a escorrer mas de forma que se note que faz um cordão ao cair, ligada e não muito líquida mas também não muito espessa. Se bem que mais uma vez depende do gosto: quanto mais espessa ficar a massa mais pesados ficam os bolinhos e ficando menos espessa ficam mais fofos.

Colocar uma frigideira alta com óleo a aquecer. Quando estiver quente com ajuda de 2 colheres de sobremesa vão-se colocando colheradas no óleo e deixam-se fritar até que fiquem lourinhos. Quanto mais pequenos menor o risco de ficarem crus por dentro e o lume não pode estar muito alto nem muito baixo.

Enquanto a primeira quantidade frita prepara-se a mistura de açúcar com a quantidade desejada de canela e reserva-se.

Retirá-los com uma escumadeira, colocá-los num prato com papel absorvente onde ficam a escorrer enquanto se coloca outra porção a fritar. Os que estão a escorrer entretanto podem ser passados pela mistura de açúcar com canela e colocam-se num recipiente esperando pelos outros bolinhos para irem depois todos à festa!!!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

PÊRAS BÊBEDAS

PÊRAS BÊBEDAS
Quem já "passeou" pelo meu blogue sabe que eu tenho sempre curiosidade em saber a história e/ou estórias das respetivas receitas.

Esta deliciosa e perfumada receita suponho que não seja exclusiva nem originalmente de Portugal. Se bem que pela qualidade da nossa pêra rocha e pelos nossos excepcionais vinhos não me admiraria, para além que as especiarias usadas nos deixam no olfato e paladar um enquadramento dos Descobrimentos.


Ora na minha pesquisa aqui por estes "mares" cibernéticos encontrei referência a uma lenda que para mim é um enquadramento perfeito para esta receita. A lenda de Martim Regos "Em plena época dos Descobrimentos um herói português, aventureiro, descobre a plenitude da vida nos quatro cantos do mundo... percorre o continente africano, anda pelo Egipto, explora a costa do Brasil, visita Veneza, conhece Meca e Jerusalém, chega à Índia e acaba por ser o primeiro europeu a entrar na China depois de Marco Polo..." (retirado da sinopse do livro da "Wook"). 


"Quis então meu pai saber se me haviam dado vinho a beber secretamente ou peras emborrachadas ou águas de maçã arrecadada, pois tais coisas que eu ali estava dizendo não lhe pareciam senão pensares de cristão avinhado." In a Lenda de Martim Regos, pág. 96 (retirado do site "À volta das letras").


A minha única sugestão é que use uma qualidade de pêra que depois de cozida não se desfaça (tipo pêra rocha que mantém a consistência) e não as deve deixar cozer demasiado. Gosto sempre de juntar água ao vinho usado para ficar mais suave mas pode optar por usar apenas vinho, ou uma mistura de vinho licoroso com vinho branco ou tinto.


Ingredientes

12 pêras de tamanho médio, maduras mas ainda duras, mas não verdes e todas do mesmo tamanho +-
400 ml de vinho moscatel (ou vinho do porto ou outro vinho licoroso a gosto ou até vinho tinto ou branco)
200 ml de água
200 gr de açúcar (ver "Nota" no fim da página)
4 cravos da índia (não usei porque não tinha)
1 anis estrelado (não usei porque não tinha)
2 paus de canela
sumo de limão (para colocar na água enquanto se descascam as pêras)

Modo de preparação

Descascar as pêras com cuidado de forma a manter o pé e com que fique com a base o mais lisa possível para que se mantenham em pé. Coloque as pêras descascadas dentro de um recipiente com água e sumo de limão para que não escureçam.

Retire as pêras da água com o limão e coloque-as num tacho largo o suficiente para caberem as pêras em pé ao lado umas das outras e que fiquem cobertas pelo líquido que se lhe vai juntar. Colocar todos os ingredientes e deixar cozer, em lume brando, não tapando totalmente o tacho, até que as pêras não ofereçam muita resistência ao serem espetadas com um garfo ou faca. Durante cerca de 30 a 40 minutos, depende da qualidade da pêra e do seu tamanho. 

Caso não tenha um tacho com essa capacidade e seja um pouco maior tem que ir virando as pêras para que cozinhem por igual.

Normalmente o acho que o líquido não fica na consistência que me agrade. Retire as pêras e deixe o líquido ferver uma pouco com o tacho destapado, até que fique com a consistência de xarope.

Verter o xarope por cima das pêras e servir morno ou frio, salpicadas ou não com amêndoa, nozes, pistácios ou amendoins picados.

Bom apetite! 

NOTA: Se usar vinho tinto ou branco em maior quantidade que o outro líquido que junte, tenha o cuidado de aumentar a quantidade de açúcar pois este tipo de vinhos de mesa são menos doces do que os vinhos licorosos. Pode sempre ir provando e se necessário aumentar a quantidade de açúcar aos poucos, dando tempo para que de desfaça e tenha presente que no final o doce vai ficar mais concentrado quando o líquido se transformar em xarope.